BAIACU
"A presença do espaço da casa de Hilda, ou a presença da própria, é espraiada nos trabalhos de diferentes formas, perspectivas e abordagens. Do humor ácido às inseguranças pessoais, do corte biográfico exacerbado ao esvaziamento radical de personas artísticas, da tragédia brasileira aos abismos mundiais, das imagens da cultura pop local e internacional aos traços do abstrato e do absurdo, “Baiacu” surge como uma usina de ideias e vazios. São textos e imagens que transformam o quadrinho no Brasil — já tão sofisticado em sua versão de novelas gráficas de alta qualidade — em uma ação decisiva no cruzamento de fronteiras entre palavra e imagem. Mesmo que os quadrinhos já sejam formas centenárias dessa operação, “Baiacu” a leva um pouco além porque acumula densidades e aponta caminhos em profusão. Ao vermos o volume cuja capa traz um homem de terno com o rosto completamente enfaixado, abrimos suas páginas, e a alternância entre desenhos e textos faz os olhos fluírem em um curso intercalado de dispersão e concentração. Se sorrimos em alguns momentos, calamos fundo em outros. "
LEIA COLUNA DE FRED COELHO