Via IRIS: PATERSON (dir Jim Jarmusch, EUA, 2016)
Quando cheguei na cidadeznha de Paterson, conheci um motorista de onibus que se chamava, justamente... Paterson. E sua esposa, com a mania de pintar tudo de preto e branco. (E um cachorro.) Ele quer ser poeta. Ela quer ser cantora. O cachorro quer sair para passear todos os dias.
Os dias de Paterson são iguais, percorrendo uma rota como o percurso de um onibus. Paramos com ele nos pontos cotidianos. Ouvimos e vemos o que acontece nas ruas em que dirige. Recordamos as lendas dos famosos que nasceram ali.
E Jim Jarmusch faz desse ordinário um filme extraordinário, recitando a poesia dos mínimos detalhes. Filmando a beleza do trivial profundo. O insólito anotado em versos num caderninho.
No seu filme anterior, Only Lovers Left Alone - vampiros vivendo eternamente - Jarmusch fez o sobrenatural parecer natural. E triste. Em Paterson, faz o natural parecer glorioso. E belo.
obs> terceiro filme que vimos esta semana com Adam Driver...
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