A febre que silencia as florestas

"O primatologista Sérgio Lucena, que há três décadas estuda a região do Doce, diz que só no Espírito Santo 600 carcaças de macacos foram encontradas desde o início de janeiro. Esse número, segundo ele, representa apenas entre 10% a 20% do real. Em Minas, os macacos simplesmente desapareceram de algumas regiões. Começaram a morrer meses antes e ninguém sabe calcular ainda a perda. A única certeza é o silêncio da mata. Os ruidosos macacos, em sua maioria, morreram.
— A situação é grave porque acomete um bioma frágil. Restam cerca de 12% da Mata Atântica, 83% dos quais são fragmentos com menos de 50 hectares, o que só dificulta a recuperação. Para piorar, a Mata Atlântica foi extremamente degradada no Vale do Rio Doce. Os macacos são fundamentais, têm impacto sobre a floresta inteira
O vírus se tornou capaz de infectar os mosquitos silvestres e estes o
transmitiram para suas vítimas preferenciais, os macacos. O principal
reservatório é o mosquito. E o macaco se tornou hospedeiro. Não é o
homem que morre da doença do macaco. É o macaco que morre da doença do
homem."
leia a reportagem de Ana Lucia Azevedo
veja as fotos de Monica Imbuzeiro e a arte de Andre Mello
e ouça os chamados dos macacos
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A febre que silencia as florestas - Jornal O Globo