Alan Moore lança romance colossal em que passado e futuro são um só

" Nas ruas do centro de Northampton veremos prostitutas viciadas em heroína, poetas esquizoides aninhados no lar materno, um rapaz que engasga por dez minutos e começa a ter visões proféticas, a história da política local, seus oficiais corruptos e seus ícones contraculturais, a filha de James Joyce internada em um asilo, Samuel Beckett fumando nas escadas, anjos que jogam bilhar com almas humanas num pub sujo, Oliver Cromwell na véspera de uma batalha histórica, uma gangue de crianças mortas que literalmente escavam as camadas do tempo e a fuga de peregrinos rumo ao fim dos tempos num clímax esotérico.
O hiperdescritivismo barroco de Moore, que se espraia por centenas de vozes, estilos e pontos de vista diferentes, ora entedia, ora inebria. Como define um dos personagens, trata-se de "uma narrativa apocalíptica contada pela voz dos pobres", além de uma cartografia definitiva e lunática de Northampton.
"'Jerusalém' é fruto da necessidade de falar sobre a pequena, mas peculiar The Boroughs, área onde fui criado e, simultaneamente, da vontade de retratar a minha família de uma maneira que incluísse a história dela. Precisava de um livro que pudesse abarcar realismo social brutal de um lado e experimentalismo fantástico de outro", afirma o escritor. "
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Alan Moore lança romance colossal em que passado e futuro são um só - 01/01/2017 - Ilustríssima - Folha de S.Paulo: