Violência Policial: ONG aponta extorsão de traficantes e cultura do extermínio na polícia do Rio
"Danilo* formou-se policial na última década e começou a trabalhar em um batalhão de uma área da região metropolitana do Rio de Janeiro com altos índices de criminalidade. Ele conta que matar suspeitos de serem membros de facções criminosas era uma rotina entre os colegas: “Matar bandido é o que era exigido como bom resultado por meus superiores”.
O policial Danilo também disse na entrevista que o objetivo de algumas operações das quais participou era matar supostos traficantes de drogas porque os oficiais acreditavam que essas ações eram necessárias para combater o crime. Em outros casos, no entanto, policiais executavam pessoas para manter suas atividades corruptas. Nesse sentido, Danilo disse à ONG que alguns policiais sequestravam traficantes, recebiam o resgate e depois os executavam, e outros executavam pessoas para serem conhecidos como “assassinos” entre os traficantes, podendo assim extorquir mais dinheiro deles. Ele disse que seu batalhão recebia toda semana cerca de 120.000 reais de traficantes de drogas “para não entrarmos nas favelas, ou para avisarmos antes de entrar”. Esse acordo é tão comum no Rio de Janeiro, disse, que tem até nome: “o arrego”.
As
conclusões do estudo não só apontam uma cultura de extermínio de alguns
policiais militares mas também o descaso por parte da Polícia Civil para
investigar os crimes – em 52 dos 64 casos examinados não havia registro
algum de que peritos analisaram a cena do crime.
As críticas também contemplam a inércia do Ministério Público Estadual na hora de fiscalizar as investigações e processar os policiais. O MP disse à Human Rights Watch que apresentou denúncia em apenas quatro – ou 0,1 por cento – dos 3.441 casos de homicídios cometidos pela polícia que foram registrados entre 2010 e 2015. Nos 64 casos investigados, os promotores de Justiça sequer apresentaram denúncias em 36 deles, “apesar de evidências críveis de que a polícia havia acobertado um caso de uso ilegal da força”, denuncia o relatório. Apenas oito casos foram julgados e só quatro resultaram na condenação dos policiais envolvidos."
mais na reportagem de Maria Martín
As críticas também contemplam a inércia do Ministério Público Estadual na hora de fiscalizar as investigações e processar os policiais. O MP disse à Human Rights Watch que apresentou denúncia em apenas quatro – ou 0,1 por cento – dos 3.441 casos de homicídios cometidos pela polícia que foram registrados entre 2010 e 2015. Nos 64 casos investigados, os promotores de Justiça sequer apresentaram denúncias em 36 deles, “apesar de evidências críveis de que a polícia havia acobertado um caso de uso ilegal da força”, denuncia o relatório. Apenas oito casos foram julgados e só quatro resultaram na condenação dos policiais envolvidos."
mais na reportagem de Maria Martín
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