Poeta Carlos Nejar resgata a memória do Rio Doce em versos -

— Meu monumento não é de pedra, é de palavra. Eu não aceito a morte de um rio por causa da indústria, por causa da cobiça dos homens. Como não aceito que o Brasil esteja invadido de barro por causa da cobiça dos políticos. É um monumento-denúncia. Falam tanto de meio ambiente e estão esquecendo a maior tragédia ambiental do país — afirma Nejar, defendendo ainda que é necessário rever prioridades: — O futuro da Humanidade vai ser a água. A água vai valer mais que ouro, mais que petróleo. Nossa sobrevivência está na água, somos água. Se matamos os rios, matamos o homem.
Durante três meses, Nejar escreveu o poema épico que ocupa mais de 150 páginas e que, diz ele, surgiu de uma inquietação causada pelas 19 vidas perdidas na tragédia, o martírio da fauna local e a destruição do sustento da população do entorno do rio.
— O ambiente foi devastado pela Samarco. Até o mar ficou cheio de lama. O povo ficou sem água, os animais foram mortos, os pescadores sem motivo nenhum para viver e o turismo, destruído."
leia reportagem de Paula Ferreira
Poeta Carlos Nejar resgata a memória do Rio Doce em versos - Jornal O Globo: —