Quinze pitacos sobre a situação política
"Um complicador para retirar Dilma é a diferença de interesses entre PSDB e PMDB e, também, as diferenças entre seus caciques. Embora eles tenham identidade quanto a um programa alternativo, divergem quanto aos passos para a derrubada da Dilma. A Aécio interessa que haja a impugnação da chapa Dilma-Michel Temer ainda este ano. Neste caso, haveria novas eleições em três meses e ele se beneficiaria do efeito “recall”. Marina Silva, que rasgou definitivamente a máscara e se alinhou com a direita, também prefere essa saída. Já Serra e Alckmin querem a eleição em 2018. Para tal, é melhor que Dilma só caia em 2017, pois nesse caso não haveria eleições imediatamente. Há outro complicador. Para o PMDB, não interessa a impugnação da chapa Dilma-Temer, porque o poder não ficaria nas mãos do vice. O caminho predileto do PMDB seria o impeachment de Dilma por conta de algum ato como presidente. Algo como as tais pedaladas. Mas isso ficou meio desmoralizado. Enfim, essa divergência de interesses dificulta a derrubada da presidente. Mais um complicador é que as presidências da Câmara e do Senado estão nas mãos de gente como Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Tirar uma presidente alegando corrupção para deixar o poder com um desses dois é dose. De qualquer forma, isso tudo tem um limite. Se o desgaste do governo se aprofundar, a direita encontrará uma solução para derrubá-la."
leia o texto de CID BENJAMIM