Via iris: SIMINDIS KUNDZUI (Ilha do Milharal) - dir George Ovashvili, Georgia, 2014)
A menina me contou que todo ano ia com seu avô passar um tempo numa ilhota no meio do rio, semeando, cuidando de e colhendo uma plantação de milho. É que boa parte do ano o rio fica numa vazante e brotam da água esses pedaços de terra muito férteis. O avô fica morando na ilhota, numa cabana improvisada. Ela vem e vai remando em pé numa canoa. O tempo passa, as estações mudam, o milho cresce.
O filme, poema visual, praticamente não tem diálogos. Nem trilha, a não ser os sons da natureza, as chuvas, os bichos, o vento no milharal. Poderia ser um cenário idílico, mas a ilha a plantação e os dois estão rodeados pelo homem. A guerra passa às margens do rio. Soldados rondam perigosamente o roteiro. E o viver na natureza é também uma luta de cada dia.
O olhar da atriz observa tudo e encanta. Belíssimo filme.