Morador que recorreu à Justiça para permanecer em sua casa em Manguinhos vive ao lado de escombro

"Ao seu redor, um cenário insólito. Apenas uma casa de pé, a dele, no meio de uma pintura de guerra. Antes, a vista não chegava muito longe, mesmo do alto da laje. Hoje dá para ver até o teleférico do Complexo do Alemão. Pelo caminho ainda resta o entulho das mais de 450 casas demolidas pela Empresa de Obras Públicas (Emop) para obras do PAC no Complexo de Manguinhos. Caminhões de lixo despejam dejetos no local, conhecido como Beira Rio, na comunidade Parque João Goulart. Os ratos são combatidos com um exército de felinos. Seu Pedro tem 15, alimentados com três quilos de ração por semana."
"Funcionários da Emop disseram a moradores do Parque João Goulart,
comunidade que cresceu nos anos 50 entre o Rio Faria Timbó e a Leopoldo
Bulhões, que as obras já estão concluídas. Não há mais pressão para os
resistentes saírem de casa. Manter-se isolado, na beira de um rio que
fede a esgoto e que alaga em dias de temporal na maré cheia (a última
vez foi há dois anos), tem amarguras diversas. O casal convive com
viciados em crack. Eles montam acampamento nos pilares do viaduto da
linha férrea. Mês passado, um grupo começou a ocupar o terreno colado à
casa. Aproveitaram um resto de teto que sobrou do vizinho de Pedro e
improvisaram paredes de papelão, com porta e tudo. Pedro os expulsou no
grito."
leia a reportagem de Caio Barretto Briso
fotos Daniel Marenco
leia a reportagem de Caio Barretto Briso
fotos Daniel Marenco
nfde.tk |
