#meuprimeiroassedio
Duas historinhas brasileiras, tiradas do Facebook (dos comentários a post de Cora Ronai)
Aqui individualizadas mas perfeitamente genéricas:
Pode-se complementá-las com o #meuprimeiroassedio
porque não deixa de ser uma forma (outra) de assédio que sofremos
"Há dez anos, tive uma fábrica que fazia envelope com revestimento de
plástico-bolha. Como, no exterior, encontrava-se esse tipo de envelope
em qualquer agência de correio, procuramos o correio nacional pra
vendermos o material. A reunião em Brasília foi boa. Falamos sobre
negociação de valores, necessidade de licitação, opção por papel
reciclado e tudo. Botando os pés em São Paulo, recebemos uma ligação no
celular, pedindo pra nos dirigirmos a um flat. Quando chegamos, fomos
recebidos por uma pessoa que era "a voz" do mesmo diretor que nos
recebeu em Brasília, pedindo uma bola de 20%. Deixamos claro que não
iríamos contribuir com bandidagem e demos adeus aos sonhos de termos um
correio avançado e decente dentro desse país. Essa é a realidade de
muitas estatais e muitos empresários sabem disso, fugindo deles, como
quem foge do diabo."
"sabe o José Maria Marin ? então, em 1969 encomendaram ao meu pai um belo painel para ser colocado na Câmara dos Vereadores de SP. Era um bom dinheiro, salvaria bem uns três meses das nossas despesas. Pois meu pai teve que deixar 30% com o Marin, mais um quadro, senão simplesmente não receberia. Isso bem uns seis meses de enrolação depois da data em que ele deveria ter recebido. Nunca contei essa história porque era bem capaz de ser processada, corrupção não deixa provas, e na época eu tinha dez anos, mas lembro bem o desespero dos meus pais esperando aquele dinheiro que demorou e quando chegou era menos da metade do que deveria ser."
"sabe o José Maria Marin ? então, em 1969 encomendaram ao meu pai um belo painel para ser colocado na Câmara dos Vereadores de SP. Era um bom dinheiro, salvaria bem uns três meses das nossas despesas. Pois meu pai teve que deixar 30% com o Marin, mais um quadro, senão simplesmente não receberia. Isso bem uns seis meses de enrolação depois da data em que ele deveria ter recebido. Nunca contei essa história porque era bem capaz de ser processada, corrupção não deixa provas, e na época eu tinha dez anos, mas lembro bem o desespero dos meus pais esperando aquele dinheiro que demorou e quando chegou era menos da metade do que deveria ser."