Higienópolis: Um bebê abandonado em uma sacola ‘gourmet’

"Sandra está estigmatizada – de mãe incapaz, de cidadã irresponsável, de louca –, mas o homem que a ajudou a fazer essa criança está desaparecido. Dele, segundo a investigação policial sobre o caso, só se sabe o pré-nome: Edmilson. Sandra e Edmilson se conheceram em um forró, estiveram uma noite juntos, ela engravidou, ele seguiu a vida sem saber – acredita Sandra – da gestação dela. Interromper a gravidez indesejada, que sabia não poder assumir, era o primeiro crime que ela podia cometer, mas, sem saber o que fazer ou aonde ir, não cometeu. E, no Brasil, a mulher não tem o direito de doar recém-nascido de forma anônima.
Não é preciso ir longe – ou esperar que ela volte a circular pelas ruas de Higienópolis ou de onde quer que seja – para perceber como a sociedade brasileira trata uma mulher que transforma muitos punhados de desespero em uma montanha de coragem para fazer o que fez.
– Você conhece a Sandra? – pergunta a repórter a um segurança particular da rua onde ela mora.
– Aquela safada? – ele responde."
leia a reportagem de Camila Moraes Z
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