Freixo: Memórias do cárcere.
Costumo dizer que os presídios são nossos centros de amnésia. No interior de seus muros, entulhamos o que desejamos esquecer.
"Vinte e três anos se passaram, tragédias se repetiram e nós não conseguimos discutir seriamente o papel do sistema penitenciário. Ainda é difícil mostrar o óbvio: a violência nas cadeias alimenta a violência fora delas. Nossas prisões são lugares muito caros para tornar as pessoas piores.
Punimos muito e mal. A população carcerária brasileira cresceu 317% entre 1992 e 2013. São 600 mil detentos, quase 40% deles ainda não foram julgados. Mesmo assim, muita gente insiste que somos o país da impunidade e pede o endurecimento penal. Isso só ocorre porque condenamos principalmente os invisíveis, pretos ou quase brancos quase pretos de tão pobres. As prisões têm cor e classe"
mais na coluna de Marcelo Freixo
Memórias do cárcere. | Blog Henrique Barbosa