Entrevista Ferrez, escritor brasileiro: “Até hoje eu não sei o que é pior: a igreja ou a droga”

"Quando o cara diz que tem que fazer e acontecer, daqui a dois meses morre um moleque assassinado na periferia, porque essa conversa vai chegar em alguém que vai tomar uma atitude. O dono do comércio pressiona, o político pressiona, o policial vai lá e executa. Todo mundo pressiona, porque as palavras têm poder. Os julgamentos são da boca pra fora, porque as pessoas são guiadas pela mídia. Você vê em pesquisa: 80% das pessoas querem a redução da maioridade penal. Claro. O cara assiste a quatro horas de Datena por dia. Eu também iria querer. Por exemplo, o cara vem do Nordeste pra cá sofrendo, apanhando do pai com vara. Chega aqui, trabalha, sofre pra caramba pra ter alguma coisa, quando alguém rouba ele, ele acha que esse cara tem que morrer mesmo. Esse foi o tratamento que ele recebeu a vida toda. Aí quando vem um cara que defende isso é candidato, ele vai votar nesse cara mesmo."
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