Como morre uma livraria

"Numa boa livraria, o cliente deve entrar procurando uma coisa e achar várias outras que ele desconhecia. Ou como uma cliente muito querida de São Paulo costuma me dizer: “adoro ser encontrada por um livro”. O que acontece hoje é que essas grandes livrarias vendem pilhas de livros iguais, porque elas estão todas associadas a um negócio chamado Bookscan, que é uma empresa que te dá a lista dos 50, 100, 1000 livros mais vendidos. As grandes livrarias recebem esses relatórios e escolhem seus livros baseadas nisso. É o contrário da diversidade que uma livraria deve ter."
"Livros de colorir não são literatura, são passatempo, tal como o Almanaque da Mônica. Ou seja, temos uma nova classe média que, com novo poder aquisitivo, não vai necessariamente comprar literatura, mas vai comprar uma TV de não sei quantas polegadas, um iPhone novo. A pessoa que não tinha o hábito de ler antes não vai de uma hora pra outra adquirir esse hábito. Meu filho fez comunicação na UFRJ e dia desses ele me falou que hoje é possível você concluir uma graduação sem precisar ler um livro inteiro. É com isso que temos que lidar."
leia a entrevista de Milena Piraccini Duchiade para Carol Almeida >
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