Ministério Público do Trabalho investiga máfia que alicia chineses para trabalho escravo
"A vítima, que foi incluída em um programa de proteção, informou que recebeu, em Guangdong, uma oferta para trabalhar em um restaurante do Rio, onde receberia R$ 2 mil. Segundo ela, ao desembarcar na cidade, uma pessoa a recebeu no Galeão-Tom Jobim na área de entrega de bagagens. De acordo com a denúncia, um homem pegou seus documentos e, ‘‘superando as restrições de imigração, promoveu-lhe a entrada em território nacional’’.
A vítima era permanentemente vigiada e proibida de sair do local do trabalho. Exames de corpo de delito comprovaram a existência de castigos físicos, como pauladas, chibatadas e queimaduras com cigarros. Policiais encontraram a vítima, mantida em cárcere privado, graças a uma informação do Disque-Denúncia (2253-1177). A procuradora do Ministério Público do Trabalho Guadalupe Louro Couto, que acompanhou o caso, disse que ela dava expediente todos os dias das 5h30m às 23h, não recebia salário e era agredida.
— Já vi muita coisa ruim, principalmente em trabalhos que realizei em fazendas do Mato Grosso. Mas o que encontrei naquela pastelaria foi o pior de tudo. Para começar, havia uma cela, como se fosse uma cadeia, com grades e cadeado, montada dentro da lanchonete, onde o trabalhador ficava encarcerado. Além disso, ele convivia com o cheiro dos cachorros mortos, que ficavam ao lado dele. Eu não aguentei. Quando senti o cheiro, comecei a passar mal e pedi para sair do estabelecimento. Ao abrimos as caixas de isopor, vimos os cachorros congelados. Ficamos perplexos."
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