Paquetá, um Rio em tempo mais calmo

Sunga, chinelo de dedo e o olhar fixo no horizonte. Na rua, o silêncio às vezes é interrompido pelo som de uma bicicleta. Mas som de verdade mesmo só o de pequenas embarcações flutuando pra lá e pra cá na beira da praia.
"Esses ares conquistaram a cantora Cristina Buarque, que vive na ilha há oito anos. “O Rio anda muito nervoso. Aqui, não, todo mundo conversa, se cumprimenta”. A vontade de morar lá durou muitos anos. “Eu vinha pra cá pelo menos uma vez por mês. Às vezes ficava para dormir, às vezes só pra passear, tomar cerveja e voltar. Desde 2000, comecei a chamar amigos músicos pra passear em Paquetá”, lembra Cristina.
Resultado: meses antes de Cristina se mudar para a ilha, o bandolinista Pedro Amorim já chegara à ilha de mala, cuia e família. “ Um dia, em vez de pegar a barca pra voltar, acabei dormindo. Na volta, Conceição (esposa), me perguntou o que eu queria ouvir: ‘E se a gente se mudasse pra cá?’”. Pronto. Mudança decidida.
Com o baterista e percussionista Oscar Bolão, morador da ilha há dez meses, não foi diferente. Um dia ficou em vez de voltar. Quanto à barca,ele adora. “Quando ela balança assim”, diz Bolão fazendo o gesto do vaivém da embarcação, “eu já estou zerado, dormindo. A barca é o meu bercinho”.!
leia a matéria de Vivi Fernandes de Lima >
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