Mostra revê obra de Laerte em labirinto
"Nesse labirinto que é a sua obra, existe uma criatura que ronda, tal como no mito do Minotauro. Inquietação ou angústia, um superego solto, uma entidade sem sexo, que acuada, ataca. Vive dentro do artista ou é parte dele. Exoesqueleto que o controla e o direciona. Pode ser o próprio Laerte, criatura entre nós. Ele, meu familiar pai, um monstro", diz o texto.
Mas também alude à própria obra de Laerte, segundo Rafael. "Esse caminho pareceu ser o mais correto pra simbolizar essa profusão, essa quantidade tão volumosa de Laertes que ele construiu, as diferentes carreiras dentro da carreira de quadrinista", diz.
Nessa etapa de agora, que se seguiu às amarras da "profissionalização", Laerte não cria novos personagens e não faz narrativas cômicas.
Hoje, volta-se para a poesia, buscando a fantasia e a fuga do automatismo. É uma espécie de volta e homenagem à juventude, quando, dos 15 aos 17 anos, diz, experimentou com o surrealismo. "Isso tem eco na experimentação que vivo. Estou vivendo o reino das possibilidades o tempo inteiro", diz Laerte.
leia a reportagem de Juliana Kalil Gragnani >
Mostra revê obra de Laerte em labirinto - 20/09/2014 - Ilustrada - Folha de S.Paulo