Vexame suscita debate para que o futebol brasileiro recupere a identidade perdida

"Desde 1964, o futebol brasileiro ainda sofre para expurgar suas ligações com o regime.
Deputado pelo partido de apoio ao governo no período, Marin é cobrado até hoje por organizações de direitos humanos pelo discurso em homenagem ao delegado Fleury, responsável pela tortura dos presos políticos. Embora seja civil, Parreira cresceu na vida esportiva a partir da sua ligação com a Escola de Educação Física do Exército, cujos quadros tomaram conta da comissão técnica da seleção após a queda do comunista João Saldanha, em 1969.
HORA DE PASSAR A LIMPO
Inflado após a conquista do penta, sem mostrar pudores em ferir a opinião pública, Felipão disse no programa Roda Viva que a ditadura de Pinochet produziu benefícios para a educação no Chile. Esportista sem responsabilidade pelo atentado às liberdades nos anos de chumbo e cidadão com direito a exprimir suas opiniões, Felipão reflete certa mentalidade e truculência que ainda encontra eco na sociedade brasileira. Fora do campo, quando entra nos gabinetes, a gestão do futebol brasileiro ainda está ligada à política e aos negócios escusos. Enquanto Ricardo Teixeira descansa em Miami, o próximo presidente, Marco Polo del Nero teve um ingresso de sua cota apreendido com cambistas.
Já que o velho Maracanã não está mais aqui para contar a história redimida de 1950, resta a prudência para que a destruição não se repita. Antes que novo linchamento aconteça apenas ao nível do campo, melhor discutir o andar de cima. A julgar pela injustiça que durou 64 anos, chegou a hora de proteger as vítimas e passar a limpo as instituições do futebol brasileiro."
leia mais no artigo de Pedro Motta Gueiros
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