Barbara Heliodora fala sobre a obra-prima de Ariano Suassuna

"A razão é o fato de não haver ninguém, por estes Brasis, que não reconheça e identifique sua brasilidade, que não se solidarize com as agruras de Chicó e João Grilo. E é preciso parar e pensar para que possamos nos dar conta da justeza, da economia, do cuidado e do requinte que puderam produzir esse texto que parece tão espontâneo, tão simples, tão ingênuo. Se o texto fala de bem e mal, de certo e errado, ele jamais se torna moralizante: a essência crítica vem muito do que se encontra na literatura de cordel, mas o pequeno Sacristão é sem dúvida o “bobo de Deus” medieval, em quem a verdade transparece na ingenuidade. E quem quiser, hoje, denunciar a corrupção entre os poderosos, deve montar o “Auto da Compadecida”, pois lá ela é exemplarmente apresentada."
leia o texto de BARBARA HELIODORA
AC2B: Barbara Heliodora fala sobre a obra-prima do escritor, morto nesta quarta-feira