Fim de Semana do Livro no Porto reúne manifestações cariocas na região em que a cidade nasceu

Em vez de mesas de debates, escritores conversam sem mediador, papo livre, num botequim. No lugar de coquetéis de editoras, iguarias como paçoca de colher e coxinha de calabresa nos tabuleiros de quituteiras que carregam a herança mítica de Tia Ciata. Entre os assuntos em pauta, facínoras que marcaram seu nome nas páginas policiais cariocas, bicheiros, a feijoada. Entre uma conversa e outra, um campeonato de porrinha. Sim, é o FIM — e é ótimo que seja. As três letras são o apelido carinhoso dado ao Fim de Semana do Livro no Porto, realizado neste sábado e neste domingo na Zona Portuária, entre o Largo da Prainha, a Pedra do Sal e o Morro da Conceição. O endereço não é um acaso — afinal, os sobrados da região, “as pedras pisadas do cais” (como escreveu Aldir Blanc), os batuques que ecoam por ali (região onde o samba nasceu e onde hoje se mostra vivo, por exemplo, nos Escravos da Mauá) afirmam, em sua história e em seu presente, a visão de cidade defendida pelo evento. Um espaço de encontro, de cruzamento, de impureza, de riqueza, do novo, do ancestral. Um porto, enfim.
leia a reportagem de LEONARDO LICHOTE
Fim de Semana do Livro no Porto reúne manifestações cariocas na região em que a cidade nasceu - Jornal O Globo
FOTO Léo Martins