Via IRIS: Zero Dark Thirty (Kathryn Bigelow, USA, 2012).:
Escrevi anteontem que Argo é um bom filme mas muito preso às convenções do cinemão americano. Zero Dark Thirty não segue convenções de roteiro. É um filme seco. Quase um documentário - baseado em depoimentos dos participantes na história. A aridez se acentua na primeira parte do filme, onde o patina no trabalho burocrático (sim, tem cenas de tortura, mas são uma rotina burocrática) reflete-se no andamento do filme. Aos poucos, vira um filme de ação. E da tenacidade da agente Maya (Jessica Chastain - um oscar melhor que Jennifer Lawrence).
Tentei sentir o filme me abstraindo do abjeto que é a glorificação da militarização americana. A polêmica da tortura... ela é mostrada como instrumento de informações mas em várias ocasioes personagem ressalvam que informações obtidas sob tortura não são confiáveis, ou seja, renegam o método. Por outro lado, Bigelow realmente pesa a mão nisto ao insinuar que a pista do mensageiro foi obtida graças a tortura, quando na realidade não foi.
Entendo como Bigelow tenha se identificado com a história de Maya, uma mulher fodona. Mas o filme é bom. As cenas do ataque ao bunker de Osama (verídicas ou não) são bem filmadas.
Tentei sentir o filme me abstraindo do abjeto que é a glorificação da militarização americana. A polêmica da tortura... ela é mostrada como instrumento de informações mas em várias ocasioes personagem ressalvam que informações obtidas sob tortura não são confiáveis, ou seja, renegam o método. Por outro lado, Bigelow realmente pesa a mão nisto ao insinuar que a pista do mensageiro foi obtida graças a tortura, quando na realidade não foi.
Entendo como Bigelow tenha se identificado com a história de Maya, uma mulher fodona. Mas o filme é bom. As cenas do ataque ao bunker de Osama (verídicas ou não) são bem filmadas.