O velho ditado – a pressa é inimiga da perfeição – foi virado do avesso. Agora nada é perfeito se não for instantâneo.
Rosiska Darcy
A aceleração, que até aqui foi vivida como fator de progresso, atinge um momento em que pode se tornar fator de retrocesso. A cultura do imediato, do eterno presente, da volatilidade e da fugacidade, não favorece a compreensão de problemas que se estendem no longo prazo, a exemplo da crise ecológica, talvez o maior desafio colocado à inteligência humana. Que mentes viciadas na satisfação instantânea, no estilo zapping, serão capazes de reconhecer e equacionar um problema que se enuncia em décadas e cuja solução exige, hoje, renúncias em nome do amanhã? É mais fácil olhar para o umbigo do que para o horizonte.
Viciado na aceleração, o psiquismo, por adaptação, se transforma e, na urgência do instantâneo, vai perdendo a capacidade de reflexão. Daí ser mal percebida a revolução cultural que está moldando as dimensões essenciais da vida como trabalho e as relações de amor e de amizade. Esses sentimentos, que amadureciam no tempo da convivência, encolheram em relações virtuais, efêmeras e indolores.
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Rosiska Darcy - Blog