Ovos de Páscoa, um doce pecado
Na nossa sociedade é de costume se desejar “Feliz Páscoa” a alguém dando de presente um ovo de chocolate. Mas nem sempre esta delícia de cacau foi bem recebida pela religião.
A Europa, terra do vinho, era aos poucos invadida por legiões de
beberrões de chocolate – inicialmente a Espanha, e posteriormente o
resto do continente; nos cafés que se multiplicavam no rastro de outra
bebida famosa, homens amanheciam em busca das primeiras doses do líquido
turvo; nos palácios e nas casas mais refinadas, as xícaras passavam a
figurar ao lado das taças, em lugar de destaque. Quente ou gelado,
líquido ou pastoso, puro ou com aguardente, tomava-se chocolate de todas
as maneiras, com o objetivo de estimular os sentidos de formas
inusitadas.
Acreditava-se ainda que o chocolate possuía a propriedade de aquecer o sangue, despertando “virtudes” que eram sistematicamente combatidas pela Igreja.
Acreditava-se ainda que o chocolate possuía a propriedade de aquecer o sangue, despertando “virtudes” que eram sistematicamente combatidas pela Igreja.
Os próprios jesuítas, que elogiaram seu uso na Itália, chegaram a dizer
em Portugal, onde o hábito de beber chocolate se alastrou no século
XVIII, que o produto era um estimulante sexual