Um deus com quem não se pode conversar

Limites da liberdade na Arábia
RASHEED ABOU-ALSAMHO jovem jornalista saudita Hamza Kashgari não devia ter sonhado que seus comentários postados no Twitter no aniversário do profeta Muhammad, no dia 4 de fevereiro, iam ter consequências tão estridentes e perigosas para ele.
Um grupo foi formado no Facebook, com mais de 8.000 membros, pedindo a morte dele. Atordoado pela reação feroz de crentes através do mundo islâmico, Hamza logo excluiu seus comentários e deletou sua conta no Twitter. Ele fugiu do país no dia 9 de fevereiro, mas poucos dias depois foi detido na Malásia quando tentava embarcar num vôo para a Nova Zelândia, onde ia pedir asilo político. O rei da Arábia Saudita, Abdullah ibn Abdul Aziz, havia mandado prendê-lo e o reino alegadamente tinha acionada a Interpol para deter o jovem onde ele estivesse no mundo. Logo depois, ele foi mandado de volta para o reino, onde continua preso e aguarda julgamento.
“O arrependimento dele foi feito com palavras frias”, disse sheik Nasser. “Ele está sendo insincero, ele deve ser executado. Nós não devemos nos engajar em debates com ateus. Mas, em vez, devíamos esquentar nossas espadas para lutar contra eles.”
Interessante é ver como a internet está senda usada por jovens sauditas para se expressar e para responsabilizar líderes pelos seus atos. No Twitter há uma conta anônima que regularmente delata vários excessos de príncipes, como ganhar comissões gigantescas em contratos com o governo, ou ter palácios enormes. E ver que alguns dos príncipes têm respondido às denúncias, se defendendo, uma coisa que nunca ia acontecer na mídia tradicional que é fortemente controlada pelo governo. No YouTube, vários cineastas estreantes estão ganhando milhares de seguidores com seus seriados de 15 minutos cada, que eles postam lá regularmente, mexendo com os mais variados tópicos, desde a pobreza urbana até o amor entre jovens.
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