Arnaldo Bloch: Escravos de Jobs
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Mas não consigo, por mais que me esforce,
sofrer a perda de Steve Jobs como se fosse a
de um parente, de um ídolo, de um Lennon, de
um profeta, de um gênio. O que é um gênio,
afinal?
A revolução
é coletiva, vem das bases, das necessidades
humanas que fazem mover a sociedade,
para o bem e o mal. As soluções que Jobs
criou seriam implementadas de uma forma ou
de outra, por ele ou por alguém diferente,
mais cedo, mais tarde, sem diferença fundamental
numa visão “fora” do foco e do contexto
no qual já nos inserimos.
Jobs não “inventou o futuro” coisa nenhuma.
O futuro teria vez sem ele. A perda de
Jobs é a perda de um pensador, um formulador
brilhante.
Foi um empresário. UmRead more at oglobo.globo.com
homem que potencializou um b usi ne ss . Que
recorreu aos mesmos mecanismos de concorrência,
alguns sórdidos, aos quais outros
monstros da indústria tecnológica recorreram:
bloqueou acessos, fez acordos de exclusividade
com operadoras, brecou o download
de aplicativos que confrontassem seus interesses.
Criou, com a linha de iPhones, um frisson
de consumismo galopante que tem muitos
paralelos com o que Bill Gates implementou
com seu Windows, fazendo dos usuários
reféns das próximas versões em cascata.
No caso de Jobs, haveria um agravante:
seus súditos não apenas necessitam da próxima
versão, mas veem nela um sentido
maior, estético, sobrenatural.
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