Sonhos
Noites de chuva, sonhos de dilúvio.
As torrentes seguidas por dias e dias acabaram encharcando meus sonhos. O nível do mar subiu e como moro numa ilha, quase toda plana, tudo em volta de mim ficou debaixo dágua. Passamos a viver num bote, num mundo flutuante, junto com várias outras famílias em toda espécie de barcos e canoas.
Para buscar mantimentos mergulhávamos segurando numa corda que levava às prateleiras do mercadinho submerso.
Havia um único prédio de vários andares na ilha e a família proprietária alugava espaços exíguos a preços escorchantes para quem quisesse viver no seco. Fortunas para morar em terra.
Eu precisava conseguir esse dinheiro.