Palavras: Augusto Boal
Quando se está inserido em uma estrutura convencional de teatro, a censura se dá de duas formas. Uma delas é a policial, característica do regime autoritário que o Brasil viveu a partir de 1964 até a Constituição de 1986. Bem, esta censura praticamente já não existe e quando surge é esporádica, um fato aqui ou ali. A outra forma existente, e esta é tão ruim quanto a outra, é aquela que se dá na forma da sedução.
O sujeito te diz: se você fizer o que eu quero, ganha o dinheiro para fazer a produção. Se não fizer, não tem. Este, infelizmente, é o padrão de censura dominante no Brasil. É a coerção pelo poder econômico. São as empresas que determinam o que pode ser feito, e o artista não está livre para fazer suas experiências. Ele perdeu este direito.
- Augusto Boal
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