Oba-oba ma
Barack Obama é de longe o candidato menos ruim dessa eleição americana.
E a onda de animação com que infundiu a campanha, principalmente entre eleitores jovens, que poderão continuar mexendo os traseiros e os mouses mesmo depois desta poeira abaixar (no mesmo lugar de sempre)
pode ser bom.
Quanto a vir a ser realmente um presidente que traga mudanças (Change you can believe in) ou melhorias sociais é outra história.
Um candidato que tem entre seus assessores o mesmo Zbigniew que como chanceler levou o Clinton a se meter baixando o sarrafo na guerra da Bósnia-Sérvia
não pode ser confiavel como comandante-em-chefe de um império militar.
É verdade que tem também como assessora Samantha Powers, de cabeça arejada em termos de política internacional, porém...
how much power has powers?
No mais, é como escreve o jornalista Paul Craig Roberts
em "The Era of Dynastic Politics":
Mesmo que Obama seja eleito e seja sincero quanto a mudanças, o que poderá fazer? Provavalmente, muito pouco. O elenco de postulantes com os quais pode equipar a sua administração não é muito diferente do de qualquer outro candidato. Pode dispensar um arquiteto neo-conservador da invasão ao Iraque e ficar com um arquiteto do bombardeio da Sérvia pelo Presidente Clinton.
Além do mais, o Congresso ainda seria controlado pelos mesmos grupos de interesse. Se Obama vier a indicar pessoas que sofram oposição por parte do lobby militar e de segurança, do lobby de Israel ou do lobby de offshoring, é improvável que o Senado os confirme. Nenhum presidente quer indicar pessoas que não poderão ser confirmadas no cargo. Os presidentes tem que equipar a sua administração de acordo com quem consegue a aprovação de poderosos grupos de interesses.
Isto torna dificil uma mudança do status quo. Basta um senador para embairrerar uma nomeação. Mudanças em Washington requerem a quebra de muitos laços de aço.
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