Nos tempos da Lei Aurea

A oligarquia brasileira continua a mesma, por seculos e seculorem.
(Escrevi o obvio, é claro, pois constata-se isso a todo instante,
mas quero citar mais uma instancia, recente.)

As forças de vigilancia e repressão são válidas enquanto não incomodam o "andar de cima" (como escreve o gaspari).
As ações exercidas pelas forças-tarefa do Ministério do Trabalho combatendo o trabalho escravo tem sido eficientes e tentam melhorar ao menos um pouco a vida no campo brasileiro.
Tem resultados localizados, ajudam uns e outros, não mudam mentes,
mas para os explorados em condições subhumanas fazem diferença.

Mas aí mexeram numa tal de Pagrisa, fazenda cujos donos são bem relacionados, e estes reclamaram com seus amigos poderosos, e agora os fiscais estão "excedendo em suas funções". Cinco senadores - como se não não houvesse algo mais pertinente a fazer no senado agora - se deslocaram até a fazenda (a bordo de uma avião dos donos!) para fazer uma visita - anunciada com antecedencia - e apurar que o inferno não era tão ruim quanto os diabos pintavam.

Os pobre-diabos, que comiam comida bichada e tomavam banho numa lagoa cheia de esgoto, com seus salários escoando para o buraco-sem-fundo da conta exorbitante do armazém, confirmam as cores sombrias.