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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

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    sexta-feira, junho 01, 2007

    Comentário aos comentário que acabou virando posts


    Escrevo com relação a este post

    O pertinente Persegonha tem razão em alguns pontos.

    A generalização sempre comete injustiças, mesmo ao se escrever sobre instituições religiosas. (Aliás, um dos problemas da Igreja Católica está justamente na justaposição destas duas palavras, ao tornar-se cada vez mais instituição e menos religião). Mas a instituição - ou a religião - Catolicismo não é um bloco monolítico de pensamentos, nem hoje, nem no período colonial.

    Os jesuítas, mais esclarecidos, adotaram outros métodos na catequização dos índios, ganhando suas mentes e almas ao invés de dominar - ou massacrar - seus corpos. O trabalho jesuítico na América Latina chegou a salvar inúmeras tribos inclusive da dizimação por epidemias.

    Na minha visão histórica os jesuítas e outros missionários semelhantes, quando da vinda das legiões católicas para conquistar o novo mundo e redimir os selvícolas pecadores, eram exceções às regras. E as regras eram as da conversão forçada. A escolha entre a cruz e a espada.
    Sem falar nos interesses imperiais católicos, onde a igreja de braços dados com conquistadores espoliavam o ouro além das almas.



    Elacobrar a respeito disso vai perdendo o sentido, porém, quando o próprio Pontífice deu meia-volta em suas palavras enunciando agora que nao era bem isso
    que quis dizer ao afirmar - para estupefação do público latino descendentes dos conquistados - que não houve agressão de uma cultura a outra e que a transição de "pre-colombiano" para colonizados fora um processo natural.

    Aliás, este Papa está vezeiro em largar afirmações bombásticas e depois voltar atrás ao perceber as marolas. Desceu a lenha no islamismo (e foi obrigado - a contragosto? - a dar uma maneirada). Disse que o segundo casamento é uma praga na vida dos cristões - e logo acorreram acólitos a apontar distorções em traduções, pois o termo seria chaga. Declarou em pleno vôo que os políticos mexicanos que votaram a favor do aborto seriam excomungados. Depois teve que "explicar" que se referia apenas aos católicos mexicanos que praticarem o detestável aborto. E agora vai e volta em suas aulas de história.

    A questão é que o Papa vive num mundo à parte. Como eminente teólogo, é um mundo de idéias, o mundo do espírito.
    (Num próximo post, vou escrever sobre como sua visão histórica - embora desmentível por fatos - é coerente.)
    Os ruídos surgem quando, com o peso do papado, tenta impor o seu universo sobre os povos do planeta. Certo, Persegonha, nao devemos ensinar o padre ou o papa a rezar missa, palpitando sobre como ele dirige a sua instituição milenar. Mas então combinemos: nem ele dogmatiza sobre como as pessoas (inclusive os não-católicos) levam a sua vida ou governam seus países.

    .






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