Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital.
Desagua douro de pensa mentos.
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
Homenageados do Salão
Escrevi este release hoje sobre os artistas que terão exposições no 18º Salão Carioca:
O XVIII Salão Carioca de Humor, buscando uma qualidade condizente com a celebração de sua maioridade, irá homenagear o maior artista gráfico brasileiro e um dos melhores do mundo, Ziraldo, abrindo as comemorações de seus 75 anos de vida.
Ziraldo tem uma produção artística tão vasta que torna-se difícil classificá-lo num texto. Cartunista, jornalista, artista gráfico, romancista, autor e ilustrador de livros infantis, quadrinhista, chargista, ilustrador, capista, cartazista, humorista, teatrólogo, caricaturista, editor de publicações, apresentador de TV, publicitário, político cultural...
Ziraldo Alves Pinto começou desenhando para publicidade , no Rio e em Minas. Logo passou a colaborar como cartunista para as maiores revistas dos anos 50 e 60. Participou de O Cruzeiro e de A Cigarra, fenômenos de vendas da época, Foi por anos chargista diário do JB e cartunista da Visão. Lançou nos anos 60 a Turma do Pererê, primeira revista em quadrinhos brasileira de um único autor.
Criou personagens populares como a Supermãe, Jeremias o Bom e Mineirinho Come-Quieto. Foi uma das cabeças à frente do Pasquim, revolucionando a imprensa, a linguagem e o comportamento do país. Suas ilustrações são publicadas pelas mais conceituadas revistas internacionais de artes gráficas. Na publicidade, ilustrou desde outdoors da Sharp a caixas de fósforos da Fiat Lux, passando por campanhas célebres como o Fumar é cafona. Foi presidente da Funarte e editor de publicações como Bundas, Palavra, Pasquim 21 e Caderno B.
Seus primeiros livros foram de Fotopotocas, uma bossa que inventou no tempo do Juscelino. Depois vieram antologias de cartuns e de charges. Hoje, além de livros de ficção para adultos, como Vito Grandam e O Aspite, Ziraldo é o mais famoso autor infantil brasileiro contemporâneo, com mais de 90 livros publicados, traduzidos para trinta línguas diferentes. Seus livros Flicts e O Menino Quadrinho tornaram-se clássicos. O personagem O Menino Maluquinho, criado em 79, foi um sucesso retumbante, em forma de livros, animações, filmes, programa de TV, bonecos, produtos comerciais e até uma ópera.
A produção de Ziraldo é tão prolífica e diversificada que o Salâo Carioca, ao homenageá-lo, modificará a sua estrutura. Ao invés de apresentar exposições de diversos autores sejam individuais ou coletivas quase todas as mostras do próximo evento enfocarão este mestre do traço, cada uma refletindo uma faceta diferente do artista. As exposições do Jubileu do Ziraldo terão cenografias interativas criadas por Daniela Thomas, teatróloga, cineasta e cenógrafa de renome internacional além de filha do homenageado e a curadoria de Ricky Goodwin, que além de ser o curador do Salâo Carioca em suas últimas 12 edições, convive com o artista desde 1968.
Outro mineiro que veio para o Rio de Janeiro e transformou-se num dos humoristas mais conceituados do Brasil é Ernani Diniz Lucas, o Nani, que também estará representado com uma exposição retrospectiva no XVIII Salão Carioca de Humor, ao comemorar seus 40 anos de carreira.
Lançado como cartunista na imprensa mineira, Nani integrou a equipe do célebre Pasquim de 1973 a 1991, principalmente com sua seção Imprensa Nani-ca, que atualmente é publicada no Jornal do Brasil. Vindo para o Rio, foi chargista do Jornal dos Sports por vários anos, onde criou o personagem Zé Zebrinha. Com seu estilo eminentemente popular, de grande apelo, colaborou para os principais veículos da grande imprensa e para diversas revistas alternativas. Sua tira satírica em quadrinhos, Vereda Tropical, vem sendo publicada por jornais brasileiros desde 1984.
É autor de inúmeros livros reunindo seus cartuns, além de novelas policiais, livros de contos, peças de teatro, livros infantis e compêndios reunindo causos mineiros. Grande parte da produção de Nani como humorista é realizada para a Televisão. Além de ter sido redator de programas como Sai de Baixo e Casseta & Planeta, Nani é o principal ghost-writer de Chico Anísio, tanto com seus personagens na TV quanto nos livros e apresentações em teatros. A maioria das piadas da primeira fase da Escolinha do Professor Raimundo, por exemplo, foram de Nani. Atualmente é redator de Zorra Total.
Esse humor criativo, crítico e popular estará presente na exposição 35 anos de um Mineiro no Rio, onde além de uma retrospectiva de sua carreira tanto através de desenhos quanto de trechos de programas de TV Nani apresentará uma visão de imigrante sobre o Rio de Janeiro, sua cultura e suas personalidades.