A Lagoa transbordou de dor
O Globo vem esticando ao máximo o assunto dos jovens que morreram em acidente de carro na Lagoa (Rio)
diariamente no alto de sua primeira página, em seção de cartas e matérias internas.
Mas parece que o impacto chocante está funcionando como alerta para algumas pessoas.
Carros e bebida são duas das desgraças da nossa sociedade moderna.
(Claro, não as palavras - ou os objetos definidos por elas - em si mas o uso que se faz dos mesmos)
Qual é o sentido de se adquiir automóveis desenhados para andar em trilhas de lama e pedras
para caminhar pelas ruas asfaltadas (e engarrafadas) de cidades
(e se de atribuir um status adicional a este fato?)
Qual é o sentido de se produzir máquinas cada vez mais possantes
e ter alardeadas em propagandas
e embutidas em noções de poder individual
o fato de se poder correr a 180, 200, 240 km por hora
quando o limite legal de nossas vias são geralmente o de 80 ou menos
quando a possibilidade real de trafegar em segurança por caminhos curvos
onde o asfalto é deteriorado e buracos abundam
é de menos da metade dessa potência potencializada por impulsos velocistas de sensações grandiloquentes?