PALAVRAS
Vale rememorar o registro, no livro de ocorrência do plantão de um importante hospital do Rio de Janeiro, o Andaraí, onde um médico que atendeu a uma criança relatou as suas dificuldades. “A menor, graças exclusivamente a Deus, melhorou e ao que parece não necessitará de assistência ventilatória. Aí eu pergunto, e se piorar, o que fazer? Reza forte? E se Deus der uma cochilada? E se acabar o oxigênio celestial, vamos ficar olhando as crianças virarem anjos? A realidade é que não temos suporte técnico e nem pessoal para oferecer assistência ventilatória infantil... No mais, é só brincar de médico e rezar, mas rezar muito, como fiz das 3h até as 7h20m, e felizmente Deus ouviu minhas preces. Sinto-me agradecido.” Duas horas mais tarde, no plantão seguinte, outro médico registrava o falecimento da criança.
- Jorge Darze