ARAFATAL
A semana foi dominada pela morte de Yasser Arafat.
O líder se foi antes de ver, nem de longe, uma concretude de seu sonho de uma nação oficial palestina.
Os personagens da peça mundial ao qual eu assistia deixam a cena.
Mais um pedaço do mundo antigo no qual eu cresce se esvaindo
em troca deste admiravel mundo novo de agora onde reinam os imbecis.
Arafat é retratado ora como sanguinario terrorista responsavel pela desestruturação da paz no oriente medio
ora como vacilão inabil que teve tudo pra conseguir a paz ou uma Palestina e deixou escapar entre os dedos.
Era um lider duro, realmente, e corrupto (amealhou fortunas em contas secretas)
mas esteve realmente perto de costurar um patamar melhor nas relacoes Palestina-Israel. Nao foi à toa que seu contra-parceiro nesta costura, Rabin,
foi assassinado. A direita judaica percebeu que perderia sua razão de viver, o odio aos palestinos, e matou o cara. Sharon assumiu, desceu o sarrafo e o pau desandou. Arafat, pressionado, voltou aos seus velhos habitos sanguinarios.
Mas nao foi sua inabilidade e sim um eterno anseio belico por parte dos invasores daquela terra que chamam de santa que matou a paz.
Israelenses comemoram euforicos a morte do demonio.
Quero ver com quem se entenderao agora.