QUINTA-FEIRA DE CINZAS
Logo hoje que íamos começar a montar as exposições da Casa França-Brasil, na Candelária,
e a dois quarteirões deste epicentro do humor labaredas lamberam o edifício da Eletrobrasas
e no baile pos-carnavalesco das chamas dançou todo o Centro da metrópole Rio
com transito parado ruas interditadas fumaça worldtradecentriana pairando entre a paisagem de prédios
bombeiros de mangueiras furadas afofando o fogo
caos caos.
Saí da Laura Alvim (Ipanema) às nove da manhã e consegui aportar na velha alfândega da França-Brasil, com dezenas de obras a bordo, ao meio-dia e meia.
Vinham programadoras de exposição de SP e desceram no SDU e não conseguiram avançar mais dentro no centro e desistindo rumaram para a zona sul. E assim por diante. Ninguem chegava.
Estranhas ruas ausentes de carros e repletas de transeuntes voltados para cima. Eu assistia ao fogo crepitando odores de queimado e às nuvens negras jorrando das janelas
e logo nesse dia nem levei a câmera.