Ontem, coquetel de lançamento do concurso do Salão Carioca de Humor, evento que estou co-organizando (e organizo há vários anos).
Comes & bebes da Devassa, os discursos de praxe das autoridades, recitação de poemas, videos nos monitores, tentativas de mostrar que este ano o Salão vai ser bacana - já que no ano passado nem teve.
Cultura vinculada ao poder público (no caso, o estadual): entra um governo novo, uma nova curriola, e desdenham dos projetos anteriores. Rosinha Garotinha, então, brigando com a classe artística, remanejando verbas todas pros seus projetos unrealísticos, nem teve como.
Este ano conseguimos voltar, com o pulo do gato de esquecer o Estado e tentar conseguir dinheiro privado. Dinheiro privado no Brasil, em termos culturais, é dinheiro das estatais. Empresas privadas puxam a descarga quando ouvem falar de cultura.
Enfim, nessa hora, breve pausa nessas preocupações, uma festinha pros mais ligados à história do evento. Fernanda Montenegro, Siron Franco, Macalé, Loredano, Lan, Ota, João Ubaldo, Geraldinho Carneiro, Zuenir, Jaguar, Aroeira, Pedro Correa do Lago, Tárik levando seu Tem Mais Samba que iria lançar no dia seguinte, Roberto Ribeiro levando o novo livro de sua série de Cidades Ilustradas, desta vez BH por Miguelanxo Prado... e Chico Caruso, o homenageado desta edição. Entre outros.
Tudo isso é perfumaria. Vitrine. O importante vem agora que é construir concretamente as exposições. Armar o concurso nacional. Dar substancia às palavras do projeto.
Mas dizem que a badalação é necessária.
Marcar que começa.
Enchem a boca e dizem dá mídia.
Eu só quero ir pra casa e tirar esses sapatos apertados.