WAR OF THE CITIES
Esse bairrismo e provincianismo que persiste no Brasil é ridículo. A competição entre cidades e estados, com torcidas inflamadas, pessoas sentindo-se afrontadas pessoalmente com qualquer demérito colocado sobre seu rincão.
Ridículo está sendo essa briguinha, envolvendo até suas autoridades, entre Rio e São Paulo, cada qual acusando a outra de ser a mais violenta.
Cidade violencia é cidade ruim de se viver, independente de ser a mais ou a menos.
Violencia é caso para ser resolvido, não importa o grau. E com esses graus atuais, de cegos perdidos em tiroteio, a ótica deveria ser falar menos e fazer mais. Para o cidadão que sofre seus efeitos, não importa a posição do ranking ocupada por sua cidade ocupada.
Outro assunto ridícula é a discussão a respeito da bala perdida no Leblon.
Manoel Carlos, na principal novela da Rede Globo, matará uma de seus personagens com uma bala perdida. Em pleno Leblon.
Leblonenses e outros cariocas chocados por se estar "denegrindo a imagem do bairro no exterior", como se dizia no tempo da ditadura.
Até autoridades do setor de turismo protestam, num episódios dos Simpsons redivivo.
É a velha lenga, os seres se chocam mais com a arte retrativa do que com o real concreto. Brandem as vassouras varrentes de sujeiras sob tapetes e assistem a TV com antolhos.
Quando exibia exageradamente o Leblon como o paraíso sobre a terra da Guanabara, Manoel Carlos era o deus divino do bairro. Agora reclamam. Mas bala perdida não tem endereço.