OS FRUTOS DO MACIEIRA
Os posts hoje transbordam de absurdos e transpiram indignação.
Então outra:
Ricardo Macieira, nosso secretário de cultura local, cancelou o programa Bolsas RioArte.
Durante oito anos o RioArte possibilitou pesquisas, edições e obras interessantes e informativas sobre o passado & atualidade de nossa cidade.
Agora ele diz que é um programa elitista.
E que as bolsas irão voltar futuramente, mas divididos por bairros, com cotas para cada região. Ou seja, os projetos não serão julgados por seus méritos mas por suas procedências.
(E não ficou claro nesse estilhaçamento geográfico se os critérios serão de origem ou de finalidade dos projetos, p. ex., um projeto de pesquisador que mora em Copacabana mas que aborda São Cristóvão será locado por qual bairro?)
E o pior: as bolsas foram canceladas já com a seleção deste ano em andamento. 181 produtores elaboraram seus projetos, passaram pela papelada toda e foram jogados ao lixo.
Mas esse Macieira não é flor – ou árvore – em que se cheire. É o próprio que destinou as verbas da cultura no ano apenas para cinema e vídeo, desprezando todas as outras formas de manifestações culturais. E deu um exemplo:
“Ao invés de montar uma exposição, a pessoa deveria produzir um vídeo sobre uma exposição e exibir esse vídeo...?”
É por essas – e outras – como o fechamento do Museu de Artes Gráficas pela secretária de cultura de São Paulo – dizendo inclusive que desenho é coisa de criança –
que eu, como Goebbels,
quando ouço falar em secretaria de cultura saco o meu revólver.