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    domingo, dezembro 25, 2022


    Por Tatiana Furtado — Enviada especial a Doha


    O beijo de Hakimi na vitória sobre a Bélgica, na primeira fase; o abraço do técnico Regragui no triunfo diante da Espanha, nas oitavas; a dancinha em campo de Boufal ao despachar Portugal na comemoração da inédita vaga nas semifinais. Não é apenas coincidência que todas essas cenas protagonizadas pela seleção de Marrocos ao longo da bela campanha na Copa do Mundo tenham uma personagem central: a mãe.

    “O paraíso está aos pés das mães” é uma tradução livre de um dos principais ditos do Profeta Maomé, que explica o sentimento compartilhado pelos jogadores e pelo técnico do Marrocos ao longo da jornada vitoriosa no Mundial. Na criação árabe-muçulmana, a figura materna é colocada acima de todos que compõem a família. A devoção e o reconhecimento pelo trabalho delas desde a gestação, e os cuidados exigidos pela maternidade são ensinamentos escritos no Alcorão.

    O traço cultural e religioso do mundo árabe-muçulmano fica bem evidente na comparação com outras seleções. A Croácia, por exemplo, ao bater o Brasil nas quartas de final, viu a invasão das crianças no campo do estádio Cidade da Educação. Eram os filhos dos jogadores correndo para os braços dos pais. Em outras, os destaques eram para as mulheres dos atletas.


    Enquanto isso, os marroquinos viralizaram nas redes sociais com as imagens dos beijos nas mãos e na cabeça de suas mães, em sinal de respeito, e com os pulos de alegria de Boufal e sua genitora, que teve o cuidado de ajustar o hijab dela que saiu do lugar no afã da comemoração.

    — A mãe tem uma centralidade ímpar na vida dos muçulmanos, e isso está escrito no Alcorão. Isso significa que não há coisa mais importante do que cuidar de sua mãe, estar perto dela, protegê-la, servi-la. É nisso que está o paraíso. Podemos fazer a analogia que um jogo de futebol só é vitorioso se esses jogadores lembrarem dos esforços de suas mães. É isso que os jogadores do Marrocos destacam — explica a antropóloga muçulmana e professora da USP, Francirosy Campos.

    A presença delas, e de toda a família, nas arquibancadas é justamente a motivação extra que eles precisavam nessa caminhada histórica. Não à toa, a Federação Marroquina de Futebol bancou a estadia das famílias dos jogadores no Catar. Boa parte delas está hospedada no mesmo hotel da delegação em Doha.

    Sacrifícios
    A mãe de Regragui, por exemplo, já é uma figura conhecida da imprensa marroquina. Ela não tem se furtado de dar entrevistas a canais árabes.

    — Ele e todo o time estão de parabéns pelo que estão fazendo pelo futebol do Magreb (região africana do qual Marrocos faz parte) e pela região. Espero que eles continuem a ganhar — disse Fatima, após a primeira fase.

    Há um consenso de que os atletas jogam para dar orgulho às suas mães e às famílias, de forma geral. Tanto Regragui quanto os jogadores o reforçam em seus discursos. O lateral-esquerdo Hakimi, destaque do time, já enalteceu o esforço dos seus pais na Espanha: a mãe trabalhava como empregada doméstica e o pai era vendedor nas ruas, e foi o sacrifício deles que viabilizou sua vida de atleta.

    O técnico, por sua vez, revelou que sua mãe, que trabalhou como faxineira no Aeroporto de Orly, nos arredores de Paris, nunca havia viajado para vê-lo em ação.

    — Isso também vem acontecendo nos estádios marroquinos. As mulheres já estão presentes e algumas mães querem seguir seus filhos — diz o jornalista marroquino Driss Tazarni.

    Amanhã, lá estarão elas novamente, vestidas em seus trajes habituais na semifinal contra a França. Desta vez, para a comemoração prosseguir, elas terão de dar um empurrãozinho extra em seus meninos.

    GLOBO



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