`Piores do Ano

 

Do coração de dom Pedro a Zambelli pistoleira, o ano foi um infortúnio

Flávia Boggio

Faltam dois dias para 2023 e, como sempre, surgem inúmeras listas dos "melhores do ano". Mas vamos combinar que, com crise econômica, ômicron e desastres climáticos, 2022, para muitos, foi um infortúnio. Dissemos tanto "que ano horrível" que até Keanu Reeves veio para cá, se é que alguém entende.

Para fazer jus ao clima trágico, segue a lista dos piores de 2022, com alguns fatos que deixaram a vida do brasileiro ainda mais catastrófica nos últimos 363 dias.

CAFÉ DA MANHÃ NA PISCINA

Serviço oferecido por pousadas à beira-mar, o desjejum flutuante parece interessante, mas na prática não é nada prático. A bandeja é levada pelo vento e os farelos caem na piscina. Ruim para quem gasta uma fortuna pela experiência, pior para o cidadão obrigado a ver a experiência pela internet.

O CORAÇÃO DE DOM PEDRO

Não bastou o governo se apropriar da Independência, ainda obrigou o brasileiro a ver um pedaço de carne destroçado recebendo honras de chefe de Estado. Não surpreende que tal fetiche por órgãos humanos venha de

um presidente que já ameaçou comer carne de indígena.  

HITS DA INTERNET

Canções como "Acorda Pedrinho" e "Desenrola, Bate, Joga de Ladin" geraram uma avalanche de coreografias de crianças e celebridades que agem como crianças. As redes sociais deveriam incluir o aviso: "contém música que gruda na cabeça e perturba madrugadas insones". 

HARMONIZAÇÃO FACIAL

Depois de deixar todo mundo com a mesma cara, de blogueiras a padres, a técnica que alia preenchimento e botox deixou bocas com a aparência de uma peça de açougue e a sobrancelha
como a do protagonista do filme "O Iluminado".

ZAMBELLI PISTOLEIRA

Não contente em defender o governo Bolsonaro, criticar as vacinas, usar verba pública em viagem e mostrar unhas encravadas na internet, a deputada Carla Zambelli resolveu correr armada atrás de um jornalista a dois dias das eleições. Pior ainda foi ela perder o porte de armas, mas não o mandato.

JAIR BOLSONARO

Depois de devastar o meio ambiente, aniquilar a cultura, ser responsável por centenas de milhares de mortes e outros milhões de disparates que não cabem nesta coluna, o presidente Jair Bolsonaro resolveu fugir para Orlando, nos Estados Unidos. Sorte do brasileiro. Azar do Mickey. Só não o ter no governo já faz 2023 um ano melhor.

FOLHA 

ILUSTRAÇÃO GALVAO