Texto de abertura, emocionado, escrito por Ziraldo, contando como aconteceu a célebre entrevista de Fernando Gabeira para O Pasquim.
Não sei porque, eu disse: "Milton, pára esse carro aí e vamos dar uma voltinha pelos "Champs Elysées."
A tarde de outono estava linda, íamos no carro o Milton Temer, minha mulher Vilma, minha prima Sônia do Amparo e eu. Milton Temer, um dos grandes jornalistas deste país — Veja, Placar; Editora Abril — é meu amigo, meu grande amigo, meu irmão. A gente não se via há bem uns cinco anos e estávamos, no seu carro, rodando por Paris, falando feito pobres no sol, querendo botar mais de mil e quinhentos dias em dia. De repente, cismei de parar. Parece que foi uma coisa programada, o tempo exato de parar o carro, a subida de cada degrau do estacionamento subterrâneo, a espera do sinal luminoso, os passos certos da travessia da avenida, tudo calculado para que, fazendo um outro calculado trajeto, a gente pudesse subitamente, dar de cara um com o outro. E eu dei de cara com o Fernando Gabeira.
Meu conterrâneo Fernando Gabeira, meu corajoso amigo Gabeira, seu
sorriso de santo, seus lisos cabelos caídos na testa — todos pretos
ainda — seus "oclinhos", seu jeito calmo, seu abraço enorme, emocionado,
interminável.
Tudo o que conversamos nos dias que se seguiram está resumido nesta entrevista que vocês vão ler. Pedi a casa do Milton, seus queijos e seus vinhos, para fazer a entrevista. E já que, a cada minuto, encontrava um brasileiro no meu caminho, convidei para me ajudarem, o Darcy Ribeiro, o José Maria Rabelo (da Livraria Brasileira em Paris), o Geraldo Mayrink, da Veja (que também topei por lá) e, naturalmente, o Milton que, junto com minha mulher, atacou de fotógrafo.
Sentado numa mesa redonda, num calmo apartamento de um banlieu de Paris, eu gravei — em todos os sentidos — a entrevista mais emocionante de que participei no Pasquim. Uma entrevista que eu gostaria que todos os brasileiros lessem. Todos. Meus filhos, principalmente. (Ziraldo)
Tudo o que conversamos nos dias que se seguiram está resumido nesta entrevista que vocês vão ler. Pedi a casa do Milton, seus queijos e seus vinhos, para fazer a entrevista. E já que, a cada minuto, encontrava um brasileiro no meu caminho, convidei para me ajudarem, o Darcy Ribeiro, o José Maria Rabelo (da Livraria Brasileira em Paris), o Geraldo Mayrink, da Veja (que também topei por lá) e, naturalmente, o Milton que, junto com minha mulher, atacou de fotógrafo.
Sentado numa mesa redonda, num calmo apartamento de um banlieu de Paris, eu gravei — em todos os sentidos — a entrevista mais emocionante de que participei no Pasquim. Uma entrevista que eu gostaria que todos os brasileiros lessem. Todos. Meus filhos, principalmente. (Ziraldo)
As Grandes Entrevistas do Pasquim
episódio onze: Gabeira
segunda dia 22 às 20:00
reprise terça às 16:30
reprise domingo às 11:00
Canal Brasil
episódio onze: Gabeira
segunda dia 22 às 20:00
reprise terça às 16:30
reprise domingo às 11:00
Canal Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário