De MAURO VENTURA
Tenho amigos que dividem os que foram contra o impeachment em três grupos: ou são ingênuos, ou são fanáticos ou são pagos pelo PT. Seriam então pessoas que não entendem de política, petralhas incapazes de perceber a realidade ou canalhas beneficiados de alguma forma pelo partido. Só assim para explicar não estarem festejando a queda da presidente. Mas a vida é bem mais complexa.
No meu Facebook mesmo – que é uma amostragem minúscula, reconheço – há juízes, professores, médicos, artistas e jornalistas, entre outros profissionais – dizendo que houve golpe. Tem de tudo nesse coro de descontentes.
Gente que achava o governo Dilma desastroso, mas que não via razões
legais para o impeachment. Gente que não entende por que a presidente
caiu, mas seu colega de chapa ficou. Gente que se desencantou com o PT,
mas reconhece que houve avanços no campo social e na redução da
desigualdade.
Gente que acha o PT corrupto, mas considera o PMDB igualmente podre e muito mais conservador. Gente que é crítica ao partido, mas que estranhou ver políticos investigados pelo Lava-Jato conduzirem o processo de afastamento. Gente que elegeu Dilma pelo voto direto e não gostou de ver em seu lugar um presidente eleito indiretamente. Gente que admite todos os erros do Partidos dos Trabalhadores, mas que não confia em Temer e está assustada com o que vem pela frente. E gente que simplesmente gostava do governo Dilma.
Há, enfim, brasileiros que não estão soltando fogos, literal e metaforicamente. E que vão muito além dos cegos e dos desonestos.
Gente que acha o PT corrupto, mas considera o PMDB igualmente podre e muito mais conservador. Gente que é crítica ao partido, mas que estranhou ver políticos investigados pelo Lava-Jato conduzirem o processo de afastamento. Gente que elegeu Dilma pelo voto direto e não gostou de ver em seu lugar um presidente eleito indiretamente. Gente que admite todos os erros do Partidos dos Trabalhadores, mas que não confia em Temer e está assustada com o que vem pela frente. E gente que simplesmente gostava do governo Dilma.
Há, enfim, brasileiros que não estão soltando fogos, literal e metaforicamente. E que vão muito além dos cegos e dos desonestos.
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