"“Nós” e “eles” prevaleceu. O tempo vai passar, haveremos de nos lembrar do tempo em que nos fazíamos boa companhia, e há de se restaurar um “nós” hoje (provisoriamente?) posto na geladeira. Preservado no frio da cordialidade suspensa. Apesar de tudo, melhor a geladeira. Ou dá bicho, e temos de nos jogar fora. No lixo de um ódio que, então, terá se tornado nosso novo modo de ser povo. Essa, sim, seria uma derrota. Uma para chorar. Se é que o ódio encontra motivos para chorar.
Hoje, tudo que se diga que vise ao estabelecimento de algum frangalhozinho de verdade encontra inevitavelmente a cantilena enjoada das crianças que precisam justificar junto à mãe os sopapos que meteram no irmão: “Foi ele que começou!”. Ainda vamos assistir a isso por muito tempo. Aliás, quem começou o quê? De que estamos falando quando a presidente da República e seu partido são acusados de terem “começado”? Lembro-me sempre do mapa de saída das eleições de 2014: o azul do Brasil e o vermelho da Nova Cuba. O impeachment começou ali. Dois países não podem conviver no mesmo território. Um deles fatalmente é invasor. E aos invasores, a guerra. Fez-se a guerra. O começo mais recente foi ali."
leia a coluna de MARCIO TAVARES D'AMARAL
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