Cole��o traz as 8 edi��es da revista criada por Mill�r Fernandes em 64
N�meros hist�ricos de "Pif Paf" voltam a circular
LUIZ FERNANDO VIANNA
Quatro d�cadas j� se passaram, mas aqueles quatro meses de 1964 continuam sendo lembrados pelo que influ�ram no jornalismo, no humor e na intelig�ncia do Brasil. Os hist�ricos oito n�meros da revista "Pif Paf", criada e liderada por Mill�r Fernandes, est�o deixando de ser preciosidade de sebos e voltando �s ruas.
A cole��o fac-similar "Pif Paf Quarenta Anos Depois" ser� no Centro Cultural Correios, no Rio, onde est� em cartaz a mostra "Mill�r -Enfim uma Exposi��o sem Estilo". A partir de segunda-feira, a caixa com as oito edi��es chegar� �s livrarias. Da tiragem de 3.000 exemplares patrocinada pela Petrobras, 2.000 ser�o vendidos.
"No topo da �rvore geneal�gica do atual humor brasileiro est� o "Pif Paf'", diz Eliana Caruso, organizadora da cole��o, chamando a revista de "o" "Pif Paf", como se dizia na �poca. Foi por sugest�o de seu cunhado, o cartunista Paulo Caruso, irm�o de seu marido Chico Caruso, que Eliana concebeu o projeto da reedi��o, lan�ada agora dentro da programa��o do 16� Sal�o Carioca de Humor.
Os exemplares usados para fazer a edi��o foram cedidos pelo pr�prio Mill�r Fernandes, 80. Como sempre disse e repete no texto que acompanha a cole��o, Mill�r foi "pressionado" a criar o "Pif Paf" por amigos revoltados com o que "O Cruzeiro" fizera com ele.
Depois de 25 anos trabalhando na revista e titular das 12 p�ginas do suplemento "Pif Paf", Mill�r motivou um editorial em que a revista pedia desculpas aos leitores por causa de "A Verdadeira Hist�ria do Para�so", a sua vers�o de Ad�o e Eva.
Mill�r, ent�o, se associou a Ziraldo e aos ent�o pouco ou nada conhecidos Claudius, Fortuna e Jaguar para criar a revista. Eug�nio Hirsch cuidou da qualidade gr�fica e, dentre os colaboradores, estavam Rubem Braga, S�rgio Porto e Ant�nio Maria.
Quinzenal, o "Pif Paf" teve seu primeiro n�mero publicado em maio e o �ltimo em agosto, quando Mill�r, numa ir�nica "Advert�ncia!", dizia que, se o governo n�o tomasse provid�ncias, "dentro em breve estaremos caindo numa democracia". O incipiente regime militar fechou a revista. "Foi bom porque sa�mos de maneira honrosa", diz Jaguar.
Folha de Sao Paulo, 31 de marco de 2005