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  • O BRASIL EH O QUE ME ENVENENA MAS EH O QUE ME CURA (LUIZ ANTONIO SIMAS)

  • Vislumbres

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    Fragmentos de textos e imagens catadas nesta tela, capturadas desta web, varridas de jornais, revistas, livros, sons, filtradas pelos olhos e ouvidos e escorrendo pelos dedos para serem derramadas sobre as teclas... e viverem eterna e instanta neamente num logradouro digital. Desagua douro de pensa mentos.


    quarta-feira, julho 30, 2008

    Cartuns




    NANI

    clique no cartum para ve-lo em tamanho maior
    para ver outros desenhos clique em marcadores:charges

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    domingo, julho 27, 2008

    Ich bin ein Berliner



    As imagens de um Obama triunfante qual um rock star em turne, a recepção calorosa por parte de publico e líderes europeus, o discurso em Berlim considerado histórico, seus esforços para mostrar-se estadista e a retórica de presidente do mundo

    são um sucesso de mídia (inclusive aqui)
    mas calculo que pouco farão para influenciar o eleitorado médio americano a seu favor.
    Pelo contrário.

    Pro americanão Obama passa com isto a imagem de um bundão encantado com um velho mundo desprezado ou ignorado pelos colonos agora potência.
    Voltando as costas para sua pátria
    Concedendo ao invés de porrando.

    Conheço essa gente. Visão internacional não é nada com eles. Aliás, eu diria que visão não é com eles. Televisão sim. Gula sim. Tato não. Batata sim.

    foto de Jae Hong

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    sexta-feira, julho 25, 2008

    O bilau mais visto do mundo

    talvez seja o do nenem mergulhado na piscina da capa do célebre disco do Nirvana, o Nevermind,
    que vendeu mais de 28 milhoes de cópias pelo mundo - imagem íconico de uma época.



    Pois é, o tempo passa,
    e o bebê do bilau está quase fazendo 18 anos.

    Leia e ouça como anda agora o Spencer Elden.

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    Brian ressuscita

    Nota para os fás de Monty Python.
    Depois de adaptar o filme Monty Python e o Santo Graal para um musical da Broadway chamado Spamalot,

    Eric Idle acaba de adaptar o filme A Vida de Brian
    para uma peça de teatro chamado Not the Messiah.
    Não é um musical - é um oratório.
    A peça também se encerra com o clássico "Always look on the bright side of life".

    Os garotos da capa

    Saiu em inumeras outras publicações - inclusive na imprensa brasileira - dada a controvérsia causada,
    a capa da revista New Yorker retratando o candidato Obame e sua esposa Michelle.

    A idéia era retratar os preconceitos e falsidades sendo atirados contra o casal
    a dúvida, porém, foi se funcionou como sátira ou como reforço aos preconceitos.



    De qualquer maneira, a concorrente Vanity Fair
    pensou em mostrar o outro lado
    e fazer uma capa semelhante com o candidato opositor, John McCain, e sua esposa.
    Captou-se alguns dos boatos (verdadeiros ou nao) que circulam sobre o casal, e acusações de seus opositores, e fez-se uma tradução visual (com os mesmos elementos) para o outro lado.

    Como idéia é boa, mas, claro, a mainstream Vanity pegou bem mais leve.
    Estão lá o uso excessivo de remédios da esposa, a idade avançada do marido, ao invés da bandeira americana arde a constituição e as leis na fogueira, mas...

    E arregaram na hora de publicarem como capa mesmo. Foi reproduzida nas páginas internas, de modo que não se noticiou isto aqui. Deem uma conferida:


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    quinta-feira, julho 24, 2008

    A Justiça das Charges

    A figura da Justiça não anda sendo benvista atualmente pelos chargistas,
    como mostram essas charges da semana de










    Gostei mesmo foi dessa do BENETT
    citando o filme recente da batmania.

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    Antes do Puritanismo...

    Vejam que bonita esta cena de Tarzan... de 1934.




    Um post de Ana Pinta

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    Palavras

    Criar uma história é como fazer uma mesa. Eu quero fazer algo que funcione. Uma coisa sólida onde as pessoas podem apoiar seus copos e beber. Os livros, para mim, são coisas úteis, de que as pessoas precisam, como precisam de pão. Eu penso no leitor porque quero que ele se sente e use a mesa. E quero que ele ache que á uma mesa confortável, bonita. Esse é meu trabalho.

    - Alesandro Barrico

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    segunda-feira, julho 21, 2008

    Charges




    Jean pegou um elemento clássico dos cartuns, que é o prisioneiro marcando a passagem dos dias com pauzinhos, e aplicou a uma situação atual (prisão do cacciola), criando uma charge interessante dentro da onda de gags com ricos indo para as prisões.

    Por falar nisso - ou desenhar isso - no recente Salão Carioca
    o Duke mandou um cartum otimo tanto graficamente quanto na ideia
    com os pauzinhos dos presos sendo usados para contar a passagem do tempo de um preso em engarrafamento (num cross-over de universos humorísticos).



    DUKE


    clique na charge para ve-la maior
    para ver outras charges clique em
    "marcadores: charges"

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    A fantasia do cotidiano



    Galeria do fotógrafo Steve Schofield
    onde as imagens mostram seres humanos vestindo suas fantasias
    porém dentro de contextos do cotidiano.

    Muito interessante
    para ver clique aqui




    Dica de Luke Bosshard

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    segunda-feira, julho 14, 2008

    Charges




    ANGELI

    clique na charge para ve-la maior
    para ver outras charges clique em
    "marcadores: charges"

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    sexta-feira, julho 11, 2008

    Enfrentamento: desmandos a mando

    Observações sobre a comoção & gritaria suscitadas por policiais matarem uma criança na Tijuca, enchendo um carro de bala sem pararem pra pensar quem estava dentro

    1. essa história de dizer que os soldados eram “despreparados”
    (ou para alivar o lado deles ou como crítica à formação policial atual)

    eu escreveria que, ao contrário, eles estavam “preparados”. A preparação de policiais, a formação que recebem, a informação que lhe passam, é essa de sair atirando mesmo, passar o rodo. É o comando que comanda política do enfrentamento. (ir)Responsáveis também são os comandantes.

    2. agita-se muito agora na imprensa e entre cidadãos indignados sobre ações recentes de agentes da “lei” que assassinam inocentes, inclusive crianças
    como se a violencia estivesse espiralando e as polícias girando fora de controle
    (o que realmente está e estão)
    mas há muito muito tempo policiais e soldados entram-sobem-chegam atirando – e matando gente que nada tem a ver com seus possíveis alvos, inclusive crianças.

    a notoriedade adquirida pelos absurdos chocantes recentes vem porque acertam pessoas mais de classe média. execuções & assassinatos em favelas ou bairros de periferia são comuns.

    polícia mata. à toa.
    a política de enfrentamento de cabral & beltrame & quem mais mais aproveita para dar vazão às suas sanhas apenas (e que apenas, hein) exacerba uma visão existente.

    3. a turba que ululava de prazer com capitão nascimento e sua tropa de elite agora quer se chocar com os desmandos, é?

    não sao duas faces, é a mesma moeda, a coisa tem seu preço.
    vão agora gritar Caveira lá no enterro do menino João Roberto!!

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    quarta-feira, julho 09, 2008

    É Solda!

    Coluna do Jaguar em O Dia
    "Um Cartunista de Letras".
    homenageia o desenhista paranaense (nascido em Itararé mas radicado em Curitiba) SOLDA.

    (para ler a coluna, siga aqui o link,e clique na palavra Jaguar)


    Solda é um malucao torrencial definido na coluna por Jaguar como
    ator, autor, sonoplasta, músico, cenógrafo, faxineiro, bilheteiro e cartazista, tendo inventado o teatro do eu sozinho. Mas esqueceu de ser também espectador e foi à falência por falta de público.

    Ou, como ele mesmo se clica:
    eu, assim de lado
    pareço
    um retrato falado


    O Blog do Solda
    também é torrencial
    inumeros posts por dia das mais variadas coisas, desenhos, charges, noticias, caricaturas,recortes, mulher pelada, fotografias as mais insólitas, cenas de Cruelritiba, hai-kais, dicas de sites, mais mulher pelada e uma obsessão por Amy Winehouse (pelada ou não).



    charge de Tiago Recchia
    sobre foto publicada em The Sun
    e reproduzida aqui do Blog do Solda

    clique aqui para ir ao
    SOLDA CÁUSTICO

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    terça-feira, julho 08, 2008

    Palavras

    O maior problema ambiental do mundo é o consumismo.
    O mercado ensina egoísmo e o indivíduo cada vez mais está centrado em si mesmo.

    - Emilio Moran

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    domingo, julho 06, 2008

    Se Coisinha de Jesus dançasse pelo mundo afora



    14 meses de filmagens em 42 países incluindo locais insólitos como centro de gravidade zero e zona de desmilitarização entre coréias com o matt harding fazendo sua dnaça canhestra sozinho ou acompanhando de milhares de pessoas

    resultaram no video-sensação da internet no momento

    e que pode ser visto clicando aqui

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    sábado, julho 05, 2008

    Trimano de portas abertas

    Santa Teresa de Portas Abertas
    O fim de semana em que diversos artistas desse bairro abrem seus ateliers e lojinhas para visitação.
    Um evento tradicional da cidade e um passeio deveras interessante.

    A Vejinha, revista Veja Rio, com a programação da semana,
    escolheu para ilustrar a chamada para o evento, em sua página de abertura,
    uma fotografia com o atelier do genio do traço, das colagens, do grafismo: Luís Trimano.


    Trimano: ilustrações para livro de Neruda em exposição

    Aproveitem para passear também pelo blog do Trimano
    repleta de suas imagens impactantes
    seu atelier virtual
    de portas e veias abertas.




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    quinta-feira, julho 03, 2008

    GERAÇÃO HQ

    Fato raro e louvável: um dos principais veiculos da imprensa brasileira abre páginas e páginas para falar de quadrinhistas brasileiros.
    Matéria de capa da Revista dominical de O Globo
    com a chamada
    Conheça a novíssima geração de desenhistas que vem agitando o mercado de histórias em quadrinhos no país.

    A matéria realmente é ótima, informativa, muito ilustrada, e pegaram alguns nomes quentes da rapaziada nova. Vale a pena leer tudo, transcrevo aqui para quem não tem assinatura do Globo Digital (quem tem, e quiser ler lá, clique aqui)



    Auto-retrato de Rafael Grampá


    Geração HQ
    Impulsionada pela internet, uma safra de jovens desenhistas vem renovando as histórias em quadrinhos de norte a sul do país

    Como qualquer garoto comum, o gaúcho Rafael Grampá passava horas lendo histórias em quadrinhos. Mas, ao contrário da maioria dos meninos, não largou as tirinhas assim que cresceu. Continuou de olho nelas e descobriu que o desenho era uma ótima forma de contar uma história.

    Qualquer uma. De bichinhos ou super-heróis, eróticas ou de ficção científica, de personagens famosos ou de gente como a gente. Aos 30 anos, Grampá é hoje um dos mais promissores desenhistas de sua geração. Concorre ao prêmio americano Eisner Awards, uma espécie de Oscar dos quadrinhos, lança seu primeiro livro solo no mês que vem e vai estrear no cinema, como desenhista de produção de “O dobro de cinco”, adaptação de uma HQ de Lourenço Mutarelli.

    O desenhista gaúcho está longe de ser um caso isolado. Ele faz parte de uma galera que vem renovando os quadrinhos no Brasil. Uma geração entre 25 e 30 e poucos anos, espalhada pelo país inteiro e que produz intensamente.

    Graças à internet, quem antes penava para publicar um trabalho hoje divulga seus traços em sites, blogs, fotologs e afins. Lançar um fanzine — forma como todo desenhista independente costuma começar — também ficou mais fácil. A qualidade da reprodução melhorou e os custos caíram. Somado a tudo isso, as editoras parecem cada vez mais interessadas no segmento e os quadrinhos ganham espaço nas livrarias, ao lado de clássicos da literatura.

    — Vivemos uma era de ouro. Trabalho com isso há mais de 20 anos e nunca vi tão bons autores como agora — diz Rogério de Campos, diretor editorial da Conrad, uma das editoras que mais lançam HQs. — Os quadrinhos são o novo rock’n’roll. Nos anos 80, todo mundo queria ter uma banda de rock no Brasil. Depois, todo mundo queria ser DJ, lembra? Agora é o momento dos quadrinhos.

    Essa novíssima geração surge no rastro da bem-sucedida dupla Gabriel Bá e Fábio Moon. Os gêmeos paulistanos de 32 anos começaram nos quadrinhos em 1997, com o fanzine “10 pãezinhos”.

    Rapidamente pularam de promessa a artistas consagrados, colecionando prêmios e publicando livros, incluindo uma adaptação de “O alienista”, de Machado de Assis. Somente neste ano, eles disputam o Eisner Awards em três categorias.

    E Bá concorre ao prêmio americano Harvey Awards como melhor desenhista por “The umbrella academy”, história publicada nos Estados Unidos, com roteiro de Gerard Way, vocalista da banda My Chemical Romance, de Nova Jersey.

    Diante do cenário atual, Gabriel Bá não tem dúvidas: — Virou cool fazer quadrinhos — ele acha graça. — Mas as pessoas esquecem que, por trás disso, tem muito trabalho no fim de semana, muita madrugada desenhando — avisa.

    No Eisner Awards deste ano, os gêmeos disputam, junto com Grampá, a categoria de melhor antologia, pelo livro “5”, feito a dez mãos.

    Além de Gabriel Bá, Fábio Moon e do desenhista gaúcho, também colaboraram a americana Becky Cloonan e o grego Vasilis Lolos. Sinal dos tempos, Grampá ficou sabendo da indicação pelo MSN.

    Levou o maior susto.

    Nascido em Pelotas (“mas só fiquei lá por quatro anos, hein!”, ele brinca), Rafael Grampá desenhava bem desde menino. Seu primeiro trabalho encomendado foi a decoração de uma festinha infantil de um amigo de escola.

    Encomenda aceita, como o tema era “fazenda”, ele desenhou cavalos e galinhas à exaustão. Aos 12 anos, fazia estampas para camisetas e, aos 14, ilustrava livros de auto-ajuda. Mais tarde, na falta de uma faculdade de design em Porto Alegre, acabou virando autodidata. Trabalhou numa produtora de cinema, fazendo animação, e, depois, foi ser diretor de arte da emissora de TV RBS. Ainda acha graça de quando passou seis dias e seis noites sem dormir dirigindo o clipe “As cores bonitas”, da banda conterrânea Bidê ou Balde.

    Foi sua vitrine. Indicado ao prêmio VMB da MTV pelo clipe, Grampá faturou um convite para trabalhar como designer numa importante produtora de São Paulo. Mudouse para lá em 2004. Trabalhou feito louco e, depois de três anos e um pé de meia que permitisse ousadias do tipo, chutou o balde.

    — Minha idéia era me largar, fazer uma coisa mais autoral. Agora está começando a rolar.

    No fim do mês que vem, início de agosto, Grampá lança, pela editora Desiderata, o álbum “Mesmo delivery”, um road-thriller em quadrinhos que conta a história de um caminhoneiro transportando uma carga misteriosa, que não deve ser aberta. As referências vão de seriados antigos ao cinema de Quentin Tarantino e Sam Peckinpah.

    Antes mesmo de chegar às livrarias, a história já teve seus direitos vendidos ao produtor Rodrigo Teixeira, que planeja levá-la ao cinema.

    Amigo do gaúcho, o paulistano Rafael Coutinho, de 28 anos, começou a desenhar justamente para fazer amigos.

    Quando era pequeno, morou em várias cidades, incluindo o Rio e Baltimore, nos Estados Unidos. O traço era um jeito de se aproximar dos colegas na escola. Quando cresceu, Rafael foi estudar artes plásticas na Unesp e logo se viu fazendo um monte de coisas, como pintura, gravura, escultura, cenografia, animação, cinema e design. Expôs fora do Brasil, participou de várias edições do Anima Mundi, produziu clipes para o rapper Xis e a banda Pato Fu, dirigiu o curta “Aquele cara”.

    Os quadrinhos surgiram no meio de tudo isso, quase como um hobby. Há dois anos, Rafael integrou a coletânea “Bang Bang”, lançada pela Devir, com histórias de faroeste de autores brasileiros e americanos. No ano passado, publicou sua versão de “Branca de neve” na antologia “Irmãos Grimm em quadrinhos”, da Desiderata.

    — Ele é, sem dúvida, um dos melhores da nova geração — assina embaixo o gêmeo Gabriel Bá.

    Foram anos de convivência até Gabriel descobrir que Rafael tem quadrinho no DNA. Ele é filho do desenhista Laerte, que estourou nos anos 80, publicando nas clássicas revistas “Chiclete com banana” e “Circo”, onde nasceu seu trabalho mais conhecido, os Piratas do Tietê.

    Além de trocar revistas com o pai, Rafael organizou no ano passado o livro “Laertevisão — Coisas que não esqueci”, um conjunto de memórias gráficas de Laerte.

    Lançada pela editora Conrad, a publicação foi indicada ao HQ Mix, a maior premiação do gênero no Brasil, que acontece no dia 23 de julho, em São Paulo. Concorre a melhor edição especial, disputando com o “Grimm em quadrinhos” e “O alienista”.

    — O quadrinho brasileiro dos anos 80 era subversivo, agressivo, pornográfico. Nos anos 90 foi aquela crise, né? Muita gente migrou para a ilustração e a publicidade. O quadrinho atual vai por outros caminhos — compara Rafael. — Hoje os desenhistas bebem no design, na animação, na TV, na internet. O quadrinho se aproximou mais da vida das pessoas.

    Na hora de criar suas histórias, Rafael vai buscar referências em toda parte, no cinema independente, na literatura contemporânea brasileira, na arte de rua e até em revistas de moda, como uma “Vogue” que lhe caiu nas mãos por causa de sua mulher, a estilista Marina Pontieri.

    Há algum tempo, ele anda louco para criar um quadrinho com o ex-presidente Collor, na pele de um empresário yuppie. Mas esse vai ter que esperar. No momento, ele trabalha num romance gráfico junto com o escritor Daniel Galera. A parceria faz parte de um projeto criado pelo escritor Joca Terron, um apaixonado por quadrinhos.

    A mistura de referências que aparece no trabalho de Rafael também é a base da criação do paraibano Shiko, nascido há 32 anos, em Patos, a quase 500km de João Pessoa.

    Só que de um jeito todo próprio. Shiko se iniciou na literatura através do cordel, que lia na casa dos avós, para um tio-avô que era cego.

    — Também lia muito quadrinho, mas não gostava dos super-heróis. Preferia o Conan, aquele anti-herói, meio bandido, que bebia e andava com prostitutas — ele lembra, entre risos.

    Em Patos, Shiko já tinha sua turma de desenhistas. Era o piorzinho deles, reconhece.

    Em 1992, quando se mudou para Brasília para cursar o Ensino Médio, teve a sorte de descolar um estágio num estúdio de desenho. Foi seu divisor de águas.

    — Eles tinham vários livros de quadrinhos. Foi lá que conheci o Will Eisner, e aquilo caiu como uma bomba de informação — diz, referindose ao cultuado desenhista americano, morto em 2005.

    Quando voltou para Patos, um ano depois, Shiko era outro. Logo começou a produzir seu “Marginalzine”, com papel, caneta, xerox, cola e tesoura. Vivendo em João Pessoa e com o fanzine já em sua décima edição, ele continua trabalhando assim. Jura que não consegue se divertir no computador.

    Sem fazer distinção entre literatura e quadrinhos, Shiko adora criar suas versões para textos literários, de Augusto dos Anjos a Albert Camus. É quadrinista, pintor, grafiteiro, animador etc. Principalmente etc. Recentemente, trabalhou na animação do clipe “Lelé”, do Chico Correia & ElectronicBand, e co-roteirizou o curta “Cão sedento”, com o diretor Bruno de Sales, adaptando uma HQ sua. Em 2007, lançou o elogiado álbum “Blue note”, sobre um homem que deixa sua cidade e mergulha num mundo de experiências.

    O mundo de Shiko.

    — Gosto de um universo mais marginal, de Charles Bukowski e Pedro Juan Gutiérrez, do que não é fantástico, mas também não é documental, da crônica urbana mesmo, com histórias de ladrões e putas — explica-se.

    Por “Blue note”, Shiko está disputando o Troféu HQ Mix deste ano como desenhista revelação. Briga com quadrinistas de vários cantos do país, incluindo o carioca Vinicius Mitchell, que concorre por uma série publicada aqui na Revista O GLOBO, no ano passado, e o paulista Jozz, de 25 anos, que disputa com seu “Zine Royale”. Nascido em Jaú e formado em design gráfico, Jozz mergulhou pesado nos quadrinhos ainda na faculdade. Seu trabalho de conclusão de curso foi uma HQ, o “Circo de Lucca”, que acabou lançada pela editora Devir.

    O livro conta a história de um estudante de desenho que tem uma crise criativa diante da página em branco. Ao arriscar diferentes formas de desenhar, ele vai discutindo o próprio processo de se fazer quadrinhos. Um questionamento que vive na cabeça de Jozz.

    — O que eu mais gosto de fazer são os quadrinhos, mas o que paga as contas, por enquanto, são as ilustrações, animações e projetos gráficos — ele diz.

    Nos últimos anos, Jozz colaborou muito com o cinema.

    Foi assistente de direção e montador do curta “Manual para atropelar cachorro”, de Rafael Primo, premiado no Festival de Gramado, em 2006, e trabalhou no longametragem “Garoto cósmico”, de Alê Abreu, que estreou este ano. Ele faz parte do coletivo Quarto Mundo, que reúne desenhistas de todo o país na internet. São cerca de 80 nomes de Belém ao Rio Grande do Sul, que trocam suas revistas independentes, participam juntos de eventos e, muitos deles, usam até a mesma gráfica, em Minas. No estilo “a união faz a força”.

    Como Jozz, o carioca Fábio Lyra lamenta não viver de quadrinhos no Brasil. Aos 31 anos, Lyra, que transformou o quarto num estúdio, e dorme num sofá na sala, trabalha como ilustrador para várias publicações, faz capa de livro, flyer de festa, encarte de CD. E quadrinhos cheios de referências pop. No mês que vem, ele lança seu primeiro álbum solo, “Menina infinito”, pela Desiderata, com direito a show e festa no sebo Baratos da Ribeiro, em Copacabana.

    Nada mais apropriado. O sebo é cenário de vários momentos da história. Situações do dia-a-dia, notícias de jornal, uma imagem da TV, tudo vai para as páginas de Lyra.

    — Não tenho muito saco para super-herói — ele diz.

    Hoje ilustrador freelancer de várias publicações, assim como Lyra, Gabriel Góes, de 28 anos, morador de Brasília, trabalhou por seis anos no “Correio Braziliense”. Fazia, entre outros trabalhos, as reconstituições de crimes publicadas no jornal.

    — Era o que havia de mais próximo dos quadrinhos — diz ele.

    Há dois anos, o desenhista deixou o jornal e veio para o Rio, disposto a trocar idéias e experimentar coisas novas.

    Acabou nascendo aí a parceria com Arnaldo Branco na graphic novel baseada em “O beijo no asfalto”, de Nelson Rodrigues, que foi lançada pela Editora Nova Fronteira. Coberta de elogios.

    De volta a Brasília, Gabriel produziu, produziu e, no início deste ano, lançou o fanzine “S&V”, pela editora Kingdom Comics. Agora, trabalha em histórias de terror, um de seus gêneros favoritos.

    — São várias histórias, meio “Contos da cripta” e “Além da imaginação” — diz o desenhista, fã de filmes de ficção científica e terror dos anos 60, além de filmes B mais esquisitões. — Também gosto de desenhos animados e de quadrinhos eróticos.

    Apesar de não haver dados sobre o crescimento do setor no país, os quadrinhos parecem uma aposta tão promissora que, nos últimos anos, até a vida de Buda ganhou sua versão em HQ. A obra, de Osamu Tezuka, em 14 volumes, foi publicada durante um ano pela editora Conrad. Os dois primeiros tomos tiveram até que ser reeditados.

    Ao longo de 2008, várias adaptações literárias prometem inundar o mercado, enquanto os quadrinhos vão ganhando mais e mais espaço nas livrarias.

    — Pena que o número de leitores não cresça na mesma proporção — lamenta o gêmeo Gabriel Bá.

    Em São Paulo, Gualberto Costa, o criador do prêmio HQ Mix, abriu há sete meses uma livraria especializada no segmento. Já tem uma estante de 2,5m de altura por 4m de largura recheada de produções independentes. O ritmo é tão intenso que é difícil passar uma semana sem a chegada de uma nova publicação nacional.

    — Há gente no Brasil produzindo quadrinhos de todos os gêneros, como acontece com o cinema e a literatura — comemora o desenhista S. Lobo, editor de quadrinhos da Desiderata.

    - Fátima Sá


    A matéria continua em posts abaixo.

    Lembrem de clicar na imagens para ve-las em tamanho maior.

    Marcadores:

    Rafael Grampá





    O gaúcho concorre ao Eisner Awards, o Oscar dos quadrinhos, e vai lançar seu primeiro livro solo, “Mesmo delivery”, cujos desenhos aparecem aqui, em primeira mão. Grampá também vai estrear no cinema, como desenhista de produção de “O dobro de cinco", adaptação da HQ de Lourenço Mutarelli. Ele escreve em <http://furrywater.wordpress.com>.


    Marcadores:

    Rafael Coutinho






    Admirado por vários desenhistas, o paulistano do auto-retrato ao lado tem 28 anos, é artista plástico, quadrinista, designer, animador e já dirigiu um curta. Os desenhos abaixo fazem parte de um trabalho ainda inédito — um romance gráfico feito em parceria com o escritor Daniel Galera.


    Tem gente que não sabe, mas Rafael é filho do desenhista Laerte, com quem vive trocando revistinhas. Ele escreve freqüentemente no blog www.raffabingo.blogspot.com.

    Marcadores:

    Shiko




    O desenho acima foi feito pelo artista paraibano para seu “Marginalzine”, que já está na décima edição. Shiko é autor do livro "Blue note", abaixo, e da série “Pop-Eye”, que aparece mais abaixo, com Olivia Palito e Brutus, em releitura pop.

    Seu auto-retrato foi feito sobre uma caixa de tinta para aquarela. Uma boa amostra dos trabalhos do artista está no endereço <www.flickr.com/photos/derbyblue>.

    Marcadores:

    Jozz


    O rapaz de 25 anos, que se desenhou aqui à direita, disputa o prêmio brasileiro HQ Mix como revelação por seu “Zine Royale”. Seu trabalho de formatura em design gráfico foi uma HQ, “Circo de Lucca”, à esquerda, que acabou sendo lançada pela editora Devir.

    Abaixo, ele mostra trechos de um miniconto ainda inédito. Jozz nasceu em Jaú, vive em São Paulo e mantém o site <www.jozz.com.br>.

    Marcadores:

    Fabio Lyra





    Os desenhos acima são de “Menina Infinito”, o primeiro livro do desenhista carioca, que vive em Copacabana. Sai mês que vem pela editora Desiderata, com direito a festa e show no sebo Baratos da Ribeiro.


    Lyra, auto-retratado com um saco na cabeça, costuma publicar seus trabalhos no seguinte endereço: <http://blog.myspace.com/lyrarocks>.

    Marcadores:

    Gabriel Góes


    Nascido em Brasília, Gabriel, retratado à direita pelo colega Tiago Lacerda, gosta de quadrinhos eróticos e de terror, como o inédito que ilustra o espaço abaixo.


    Ex-desenhista do Correio Braziliense, ele é um dos autores da HQ “Beijo no asfalto”, adaptação de Nelson Rodrigues, e tem o fotolog <
    www.fotolog.com/7childrensbar>.

    Marcadores:

    quarta-feira, julho 02, 2008

    dois de julho. retorno. retomo. tento. veremos.


    e o blog0news continua…
    visite a lista de arquivos na coluna da esquerda
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    Mas uso mesmo é o

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